terapias para o autismo

Terapias para o autismo: uma jornada de desafios!

Muitas são as terapias para o autismo, nesse post trago as principais intervenções que podem auxiliar na melhora dos comportamentos e características do transtorno, buscando auxiliar no desenvolvimento da criança.

Ponto inicial: O Diagnóstico!

Quando recebemos o diagnóstico de autismo para nosso filho, ou seja, de que ele está dentro do transtorno do espectro autista (TEA) esse documento não chega sozinho.

Além da declaração oficial que há uma deficiência não detectada na gestação, junto ao diagnóstico, as famílias recebem uma lista de terapias (intervenções) a serem realizadas, dependendo do grau de suporte que será necessário.

Naquele momento, que temos o “papel na mão” é uma mistura de sentimentos, são inúmeras questões que passam pela nossa mente, mas a principal acredito que seja: “E agora, o que eu faço?”.

Muitas famílias negam esse momento de diagnóstico, procuram segundas opiniões (veja o post sobre médico especialista) mas o fato é que existe algo que não está se desenvolvendo como esperado e é necessário agir com muita rapidez.

Atendimento de terapias para autismo na rede privada e pública

Se você tem um plano de saúde saiba que o convênio deve disponibilizar as terapias prescritas pelo médico, ou reembolsar os usuários caso não haja uma rede credenciada pelo mesmo.

Conforme definido pela ANS não pode haver recusa de terapias e nem limite de quantidades.

Porém, ter esse direito não quer dizer que será simples e rápido iniciar as terapias.

De posse do tratamento  prescrito pelo médico especialista, o planos de saúde deverão cobrir as necessidades, conforme esclarece o site de advogados Rosembaum.

Então, faça valer seu direito!

Já na rede pública de saúde, o acompanhamento é realizado pelo CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).

Segundo o BLOG da Saúde do Ministério da Saúde as equipes que compõem os CAPS são compostas por diversos profissionais de saúde, entre psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fonoaudiólogos, pedagogos, psiquiatras, clínicos gerais, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, agentes sociais, entre outros.

Os CAPS’s diferenciam-se pelo porte, pela capacidade de atendimento e pela clientela atendida e organizam-se de acordo com o perfil populacional dos municípios brasileiros.

U, ponto importante citado no BLOG da Saúde é que o CAPS pode ser acessado diretamente ou via unidade básica de saúde (postinho).

Para mais conhecimento sobre  assistência pelo SUS podemos acessar o documento: Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na rede de atenção psicossocial do sistema único de saúde.

Caso na unidade que atenda a sua região não tenha vaga, dependendo da necessidade é aconselhável iniciar em algum local de apoio ao autista, como os indicados na aba instituição de apoio do BLOG (para a região de Curitiba-PR).

Diferente da realidade de países como EUA e Reino Unido que as intervenções acontecem nas escolas, aqui no Brasil as terapias para o autismo acontecem no contra turno escolar.

É necessário conciliar com a rotina escolar e a rotina da família que pode envolver outros filhos, trabalho, pais idosos, entre outros fatores.

Enfim, uma jornada de muitos desafios.

Nossa vida com as terapias para o autismo

Desde 2015 iniciamos as terapias do Emanuel, ainda sem ter muita aceitação e clareza do diagnóstico, fomos atrás da psicoterapia para buscar compreender o que estava ocorrendo.

Começamos com a psicóloga e depois fonoaudióloga em menos de 6 meses, conforme ele foi crescendo as demandas foram aparecendo

Após 1 ano e meio de iniciar essa jornada de terapias para o autismo, começamos também a terapia ocupacional.

Em 2019 foi incluso a integração sensorial, já em outra clínica especializada em TEA.

Até o momento são 6 terapias semanais que buscam dar o suporte para que o Emanuel conquiste sua autonomia e independência.

A sétima terapia virá em breve como comentado no post (desabafo) anterior.

Avalio essa jornada de uma forma muito positiva porém nada fácil.

Os progressos são surpreendentes, muitos desafios superados ao qual damos crédito a competência dos profissionais e sua dedicação, além da frequência nas terapias.

Também buscamos sempre seguir as recomendações que os terapeutas nos passam e proporcionar um ambiente onde ele entenda que, apesar de algumas atividades serem mais difíceis, com paciência e dedicação ele consegue realizá-las.

Nossa frase tema é: Nunca Desista!

Principais terapias para o autismo

mão juntas apoio

ABA – Análise do Comportamento Aplicada

Segundo o instituto de Educação e Análise do Comportamento IEAC, a Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis) é uma a ciência que estuda o comportamento humano, dotada de seus princípios e procedimentos, que foram testados e estudados, dessa forma o ABA é uma intervenção baseada em evidência.

Durante o tratamento comportamental, habilidades geralmente são ensinadas em uma situação de um aluno com um professor via a apresentação de uma instrução ou uma dica, com o “professor” auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de aprendizagem sem erro).

As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações.

A principal característica do tratamento ABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas (reforçadoras).

Uma intervenção baseada nos princípios da ABA, requer qualificação do profissional que irá conduzi-la, que compreenda os princípios científicos que são a base da ABA e que seja fluente nas práticas aplicadas mais atuais para ser adequadamente conduzido.

Conforme reforça o site Luna ABA, é preciso que o profissional analise o comportamento de cada pessoa, em sua individualidade e então planeja o ensino desta pessoa da maneira que ela aprende.

Dessa forma (conforme esclarecido no mesmo site) uma intervenção é baseada em ABA quando ela é planejada:

  • A partir das especificidades individuais de uma pessoa;
  • Tem critérios científicos objetivos de avaliação permanente do comportamento;
  • Tem total transparência com os pais, que acompanham o desenvolvimento de seus filhos;
  • Se baseia naquilo que já foi testado com sucesso, por meio da literatura científica;

Além do psicólogo que tenha a especialização em análise aplicada do comportamento, se os outros terapeutas que acompanham as intervenções também tiverem essa ciência como base, os resultados serão ainda melhores.

Psicoterapia

criança com a terapeuta

A terapia com o psicólogo é fundamental, pois ajuda as pessoas com TEA a melhor seu desenvolvimento geral e enfrentar os desafios.

Além da avaliação das necessidades de desenvolvimento de habilidades e competências, o acompanhamento psicológico inclui atividades para o desenvolvimento social e de estímulo às funções cognitivas como a percepção, atenção, memória, entre outras.

O papel do psicólogo se faz importante também no apoio familiar pois ajuda a entender e discutir o diagnóstico apresentado.

Como o TEA é uma condição que dura a vida toda, a medida que os pacientes crescem, os psicólogos criam novos planos de tratamento, visando pontos de transição importantes, como o início da escola, a entrada na adolescência ou a passagem para a idade adulta.

Segundo o site da Sociedade Americana de Psicologia, os psicólogos também podem ajudar com desafios específicos:

  • Controle da ansiedade ou os transtornos do humor, como a depressão;
  • Problemas de sono e alimentação;
  • Melhora das habilidades sociais, como a conversação, comunicação não verbal e brincadeira;
  • Psicoterapia individual para ajudar adultos com autismo a melhorar as relações conjugais e outras relações familiares e melhorar as habilidades de vida necessárias para o emprego;
  • Para pessoas com deficiências cognitivas mais graves, intervenções para diminuir a agressão e autolesão.

Fonoterapia

Conforme a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFA), o profissional Fonoaudiólogo tem como objetivo viabilizar a comunicação, especialmente a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, além de habilitar e reabilitar, quando necessário, aspectos relacionados à audição, alimentação e voz.

Conforme já citado no post sobre Ecolalia, são diversas as alterações que podem ocorrer na linguagem e comunicação de crianças com TEA.

A SBFA reforça que são amplas as possibilidades de atuação do fonoaudiólogo na intervenção dos indivíduos com autismo, são elas:

  • Audiologia – aborda a avaliação e (re)habilitação em questões quantitativas e qualitativas da audição e do equilíbrio;
  • Motricidade Orofacial – aborda a avaliação de situações alimentares e tratamento de possíveis origens de quadros comuns de seletividade alimentar;
  • Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Mental – aborda políticas públicas de atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
  • Fonoaudiologia Educacional – auxilia na acessibilidade comunicacional na escola, promovendo a inclusão escolar.

No site Diário da Inclusão, encontramos a seguinte observação:

“A intervenção precoce e continua do fonoaudiólogo é de extrema importância para que o quadro evolua satisfatoriamente, no que envolve sua comunicação geral e em especial, para o desenvolvimento de sua linguagem receptiva e expressiva, gestual, oral e escrita, capacitando-o para compreender, realizar atividades e agir sobre o ambiente que o cerca.”

Quando a fala não se desenvolve, é possível utilizar a comunicação aumentativa/alternativa a CAA, uma das mais conhecidas é o sistema PECS (Picture Exchange Communication System).

O PECS consiste em seis fases e começa ensinando um indivíduo a dar uma única figura de um item ou ação desejada a um “parceiro de comunicação” que imediatamente honre a troca como um pedido.

Terapia Ocupacional (TO)

atividade da vida diaria passando manteiga no pão

Segundo o site CREFITO9, o objetivo global da terapia ocupacional é ajudar a pessoa com autismo a melhorar a qualidade de vida em casa e na escola, através da introdução de novas habilidades, bem como manutenção e melhoria das já adquiridas a fim de que as pessoas com autismo possam chegar à independência.

Quando falamos em Terapia Ocupacional Infantil, nos remetemos a três grandes áreas nas quais são de extrema importância na infância:

  • AVDs (atividades da vida diária);
  • Atividades relacionadas ao trabalho escolar;
  • Atividades relacionadas ao brincar.

A criança aprende sobre o mundo quando interage com ele, usando as informações que lhe chegam pelos sentidos, essas interações se dão através do brincar, sendo este o principal recurso utilizado pela Terapeuta Ocupacional.

Como ressalta a reportagem para a Nova Escola, a principal ocupação de uma criança é o brincar, baseado nisso o objetivo principal será gerar funcionalidade e autonomia nesse brincar, sendo ele sozinho ou compartilhado com outras crianças.

As ocupações, apesar de básicas, precisam ser estimuladas e ensinadas de forma específica, considerando as potencialidades de cada uma delas e o diagnóstico realizado pela equipe multidisciplinar que as acompanha.

Outra questão que a Terapia Ocupacional me fez descobrir é que não existem outros sentidos além da visão, audição, olfato, paladar e tato.

Existe também o sentido vestibular (responsável pelo equilíbrio) e o proprioceptivo (que responde pela consciência dos movimentos produzidos pelos membros de nosso corpo).

Resumindo

Além dessas terapias, para uma criança diagnosticada com TEA pode ainda ser necessário a atuação de outros profissionais e intervenções, como: fisioterapia, integração sensorial, musicoterapia, psicomotricidade, equoterapia (terapia com cavalos) além de suporte pedagógico.

As terapias apresentadas de forma breve aqui são as principais que compõem a maior parte das equipes multidisciplinar de tratamento para o autismo.

Para te ajudar a fixar ainda mais esse conteúdo eu separei um vídeo da Mayra Gaiato, psicóloga especializada em Autismo Infantil, direto do seu canal do Youtube.

Se esse conteúdo foi útil para você, COMPARTILHE AGORA para ajudar outras famílias a buscar o tratamento adequado!

Outras Referências

Além dos links de referências que consta no texto, foram utilizadas para desenvolver esse conteúdo informações dos sites abaixo, consultado no mês de fevereiro/2021:

Site da Associação Brasileira de Análise do Comportamento: http://analisedocomportamento.org.br/aba-para-o-autismo-proteja-o-seu-filho/

Sociedade Americana de Psicologia: https://www.apa.org/topics/autism-spectrum-disorder/diagnosing

Site do Instituto Pensi: https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/terapia-aba-tratamento-autismo

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