mãe feliz abraçada com seu filho

Ser mãe de autista, vivendo alegrias!

Meu menino completa 12 anos em dezembro de 2023, mesmo mês que comemoro o nascimento desse BLOG, são 3 anos desde o primeiro post! Apesar de tantos desafios que a vida com uma criança com TEA traz, posso dizer que ser mãe de autista é viver também muitos momentos de alegrias, de realizações e conquistas. Ser mãe de autista é sim uma jornada árdua, mas em todos os caminhos podemos colher flores e frutos e hoje vamos refletir sobre essa colheita.

Ser mãe de autista é um enorme desafio e isso não é novidade para nenhuma família atípica.

Rotinas sem fim, mudanças que desorganizam as crianças e nos desorganizam.

Ser mãe de autista é viver muitas emoções à flor da pele ao mesmo tempo: medos, angústias, tristezas, frustrações e muita exaustão.

É a sensação de sempre estar no “olho do furacão” e não saber ao certo onde e quando aquilo vai parar.

Uma frase que sempre digo é: Não é fácil, MAS também não é impossível!

É sobre isso que quero relatar um pouco hoje, o que vem depois desse MAS, especialmente as alegrias que podemos encontrar após entrar nesse mundo do autismo.

fogos de artíficio

Ser mãe de autista: Dias especiais para se viver e lembrar.

Começo escrevendo nas vésperas do Emanuel completar 12 anos, não sei ao certo que dia vou conseguir publicar, mas em 13/12/2023 vamos comemorar sua chegada oficial à adolescência.

São praticamente 8 anos e 7 meses desde o primeiro susto, onde ouvimos pela primeira vez aquela frase tão impactante: Seu filho é autista!

Um mundo novo chegou, um mundo totalmente desconhecido para nós, não tínhamos opção, precisávamos encarar os sinais…

As estereotipias, aquela surdez aleatória inexplicável, a ausência da fala em momentos diversos, os choros intensos e sem fim, tantos e tantos sinais que nossos olhos não viam antes e agora doíam muito.

Mas e as alegrias? Sim, ser mãe de autista também pode nos permitir viver muitas alegrias.

Relato as principais alegrias vividas até aqui, não estão em ordem cronológica, mas são as que tenho guardado no coração.

A conquista do desfralde;

As primeiras frases sem ecolalia e com sentido;

As interações com crianças da mesma idade;

As permissões para um abraço, um cafuné, um beijo no rosto;

Aceitar aquela comida que antes gerava repulsa;

Conseguir estar em locais públicos sem crises;

Frequentar festinhas de aniversário;

Poder comemorar o aniversário com parabéns, bolos e balões;

Ficar super bem na casa das minhas amigas enquanto os avós viajavam par descansar um pouco;

As trocas de escolas sem resistência;

A conquista da leitura;

Os passeios sozinho com a escola;

A evolução das barreiras após cada avaliação no ABA;

A interação com os terapeutas e seus segredos;

O hiperfoco em animais que me ensinou sobre animais com nomes muito diferentes como Arvark e Wonbat;

As brincadeiras com os primos e amigos ao ar livre;

Poder viajar com ele e aproveitar cada momento junto;

Escutar: Eu te amo mãe!

Pequenas independências que fazem muito diferença no dia: tomar banho sozinho e colocar a roupa sozinho também;

Dormir quase  a noite toda na sua cama

Conhecer e conviver com outras famílias atípicas que nos permitem fazer trocas incríveis e dar força em dias bem difíceis.

Enfim, dava para incluir muita coisa ainda…

Essas são algumas das minhas alegrias como mãe de autista, porém nunca podemos esquecer, não existe uma vida típica ou atípica em que seja possível estar 100% do tempo feliz, não estamos em um conto de fadas, a vida é real e dura sim, com muitos.

montanha russa

Ser mãe de autista: a vida é feita de altos e baixos.

Nunca é demais lembrar, essas conquistas e momentos tão especiais para nós só foram possíveis pois existem muitos profissionais que contribuíram para elas.

O Emanuel iniciou suas primeiras terapias em junho de 2015 e atualmente frequenta a mesma clinica desde agosto de 2018, ou seja, são anos e anos, horas e mais horas de tratamento dentro e fora da clinica e muito empenho para poder desfrutar cada tópico desse.

Ser mãe de autista é sim uma luta sem fim, uma verdadeira montanha russa!

Cada fase, cada baque nos derruba mas também nos chama para um recomeçar, talvez vamos viver novamente aqueles sentimentos relatados no início desse post.

Mas cada nova fase também poderá trazer essas pequenas alegrias, que precisam ser reconhecidas e apreciadas.

Nos dias cinzas e nublados (quem é de Curitiba como nós entende bem o que é isso), olhar para esses marcos nos dá forças para continuar.

Cada nível do espectro traz suas particularidades, talvez momentos como os relatados aqui sejam raros em alguns casos mais severos que o Transtorno do Espectro Autista pode apresentar, mas tenho fé que eles existem pois presencio semanalmente evoluções e conquistas de crianças nas clinicas que nos inspiram e renovam nossas forças!

Por aqui, sei que a nova fase da adolescência promete muitos desafios, mas não tenho dúvidas que também virão inúmeras alegrias, pois ser mãe de autista é isso: NÃO PARAR DE LUTAR!

Quais são as suas alegrias na maternidade atípica? Inspire outras mães e compartilhe esses momentos com a gente!

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